3 de dezembro de 2015

WTF: feministas contra "moda kawaii"?

Foi publicada esta notícia sob a manchete: "Feministas criticam moda japonesa kawaii, hit entre famosas como Katy Perry".
Foto: Wikimedia
Tal como está elaborada a manchete e o corpo da notícia, virou um prato cheio para críticas dos autointitulados feministas e dos machistas ou anti-feministas. Mas o assunto requer uma análise mais calma para evitar conclusões precipitadas. A propósito, não posso dizer ser Feminista porque não faço parte dessa parcela oprimida da sociedade, mas da parcela que está oprimindo (quem não concorda que existe uma opressão contra mulheres, pode livremente deixar de acompanhar este blog).

A princípio, o que está dito como kawaii (可愛い) deve-se referir à moda lolita que existe no Japão. Fazendo parte da cultura moe (萌), são garotas vestidas com roupas e acessórios chamativos, com muitas rendas e babados. Ao invés da sensualidade de uma mulher madura, remete à inocência de uma menina.

O artigo afirma que as feministas ocidentais consideram o estilo brega e infantilizador (pergunto: mas que feministas? Todas? Algumas? Quem?). Prossegue ainda com uma suposta declaração da colunista do jornal britânico "The Guardian", Hadley Freeman: "Disfarçar uma mulher de criança é convertê-la em uma personagem inofensiva, impotente e digna de condescendência" (pesquisei brevemente na web e encontrei somente referências indiretas sobre a alegada declaração).

Respeito o movimento Feminista pois concordo que há injustiça contra as mulheres. Pode ser que algumas pessoas que se dizem feministas não gostem e critiquem um ou outro tipo de comportamento, incluindo a moda; mas custo a acreditar que seja uma pauta geral do movimento condenar o estilo lolita ou qualquer outra que seja. Se uma mulher "madura" sente-se bem vestida como uma "criança", que mal há? Haveria malefício se ela fizesse isso a contragosto, por imposição. Gosto, cada um tem o seu e todo mundo tem o direito de apreciar ou rejeitar um determinado estilo; porém é exagerado dizer que se vestir de uma dada forma implica na mulher estar se submetendo ou se fragilizando perante os homens. O problema está nos pensamentos dos homens e nas mulheres, não em como se vestem ou se aparentam. Trocando em miúdos: se uma pessoa está se vestindo de uma forma e atrai atenções negativas dos outros, a culpa não é dela, mas dos que estão observando.

Essa notícia pode ser encontrada em vários lugares e em idiomas diferentes, portanto parece ser um clássico produto do Ctrl-C+Ctrl-V. Tem todos os ingredientes de uma peça sensacionalista. Fala de crítica dos feministas, de celebridades e de um assunto inusitado de uma terra exótica. Só não a ignoro porque esta matéria certamente gera animosidades,  disputas inúteis e críticas injustas ao Feminismo.

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